sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O Samurai e o Mestre Zen


Certa vez, no Japão, existiam dois garotos que brin
cavam juntos todo o tempo. Um era filho de um gran
de Samurai e estava sendo treinado para a carreira
militar. O outro era filho de um serviçal, mas se interessava
muito por filosofia.
O inevitável veio a acontecer: um foi enviado a um
Dojo para aprender as artes da guerra e o outro se retirou
em um templo Zen naquela região.
Correram rápidos os anos e o jovem Samurai, então
homem feito, vestiu-se com sua armadura e suas espadas e
foi procurar seu grande amigo no templo. Ao abrir a porta,
ele deparou com seu amigo vestido com um simples hábito
e de cabeça raspada. Seu sorriso era franco e seu olhar,
muito profundo. O Samurai tomou a palavra:
- Caro amigo, estou a caminho de uma grande guerra
onde conquistarei muitas glórias. Gostaria de ter sua bênção.
O Monge olhou-o nos olhos e disse:
- A guerra e as armas nada trazem. Todavia darei a
minha bênção a você com uma condição: se me derrotar
em um combate com espadas.
O Samurai riu e disse;
- O que me propõe é loucura! Você nunca segurou
uma arma antes! Mas está bem. Não fugirei a um desafio.
Mas se me vencer, rasparei a cabeça e me tornarei monge!
O Samurai armou-se com um bokken finamente lavrado
em madeira de lei e o monge pegou um galho de
árvore que havia por ali.
Iniciou-se o combate. O Samurai, lançando um grito
aterrador, atacou com toda a sua fúria. O Monge, sorrindo,
esquivou-se rapidamente e desviou o golpe. O Samurai,
surpreso, atacou novamente com o melhor golpe que conhecia:
uma técnica considerada secreta em uma escola
muito famosa. O monge não apenas desviou o golpe como
desarmou o Samurai e parou seu galho de árvore a centímetros
de seu rosto. Indefeso, o Samurai reconheceu sua
derrota.
Imediatamente o monge chamou os serviçais para
que raspassem a cabeça do Samurai. Antes que começassem
o serviço, ele perguntou:
- Como você me venceu sem nada conhecer da arte
das armas?
O Monge sorriu:
- A Arte da Espada e o Zen levam ao mesmo caminho:
o autoconhecimento e a harmonia com o Universo.
Tanto faz praticar um quanto o outro, desde que se dedique
de coração. Um Mestre Zen é tão poderoso quanto um
Samurai.

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