sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

SHEN


“O ideograma de Shen tem um radical antigo Shi, que mostra o céu acima e as estrelas, o sol e a lua abaixo. Isso pode ser interpretado como os “sinais do céu”. Esses sinais do céu ou divinos conectam o homem com uma ordem celeste. Sinais que, recebidos e interpretados pelo homem, simbolizam seu espírito.

A seguir há o radical que simboliza duas mãos abertas que esticam uma linha, dando a ideia de expansão ou ainda de alguém que reza em relação a uma linha vertical (um eixo), lembrando-se de que o homem é um elemento entre o céu e a terra e que é, ao mesmo tempo, espectador e elemento ativo do Universo. Shen pode ser interpretado como aquele que cai dos céus e atravessa o corpo. Uma outra interpretação possível seria: as mãos que recebem a energia cósmica pela espinha dorsal (linha, eixo) e concentram-na em seu umbigo.

Ao juntar os dois elementos do ideograma, os sinais ou os poderes do céu (criadores), que se dirigem ao homem, e o homem que se dirige ao céu com suas mão abertas, faz-se, assim, um eixo de relação entre o céu e a terra. Um eixo vertical ou uma comunicação entre o céu e a terra que é feita pelo homem. Pode-se extrapolar o “céu e a terra” para o alto e o baixo, a mente e o corpo, o espírito e a matéria. Isso é Shen.

A dinâmica de conexão entre o céu e a terra, tão bem expressada no ideograma Shen, pode ser vivida na experiência da meditação, em que a coluna se torna o eixo vertical, que recebe e circula energia e as mãos são mantidas laterais, simbolizando a captação da energia celeste.”

Fonte: Psique e Medicina Tradicional Chinesa – Campiglia, Helena: Roca, 2004

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